
Organizadores do evento e representantes dos 140 países presentes à Conferência Global sobre Segurança Viária: compromisso em reduzir em 50% número de vítimas do trânsito – Foto: Mikael Ullén/Divulgação
Anunciada na 3ª Conferência Ministerial Global sobre Segurança no Trânsito, que foi aberta pelo rei sueco Carl Gustaf XVI, a Declaração de Estocolmo reestabelece a meta de reduzir em 50% o número de mortes no trânsito em todo mundo até 2030. Os signatários do documento – representantes de 140 países presentes à conferência – “expressam grande preocupação com o fato de os acidentes de trânsito matarem mais de 1,35 milhão de pessoas todos os anos, com mais de 90% dessas casos ocorrendo em países de baixa e média renda, de que essas colisões são a principal causa de morte de crianças e jovens de 5 a 29 anos”.
Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e autor da Lei Seca, o deputado federal Hugo Leal, que acompanha a conferência em missão oficial da Câmara destaca ainda que a Declaração de Estocolmo aponta a previsão de um total de 500 milhões de mortes e lesões no trânsito em todo o mundo nos próximos 10 anos como uma epidemia e uma crise evitáveis. “Mas o documento também lembra que, para impedir essa crise, é necessário mais empenho político e mais ações abrangentes, em todos os níveis, até 2030”, afirmou o parlamentar brasileiro
Hugo Leal também lembrou que a Declaração de Estocolmo cita a “gestão da velocidade” como um dos itens fundamentais para a redução das mortes no trânsito. “É preciso reduzir o limite de velocidade principalmente em vias urbanas com grande concentração dos chamados vulneráveis como pedestres, ciclistas, motociclistas”, afirmou. Além da recomendação para a redução dos limites de velocidade, a Declaração de Estocolmo chama a atenção para a necessidade de garantir que todos os veículos produzidos e vendidos em todos os mercados até 2030 sejam equipados de forma a assegurar níveis apropriados de prevenção de riscos. O comunicado recomenda ainda acelerar a transição rumo a meios mais seguros e sustentáveis de transporte, e promover maiores níveis de atividade física, como caminhar e pedalar.
A Declaração de Estocolmo também propõe a convocação da primeira Conferência de Alto Nível da ONU sobre Segurança no Trânsito a nível de chefes de Estado e de governo, a fim de mobilizar lideranças nacionais e estreitar a colaboração internacional para alcançar as metas de segurança global. A cada dois anos, a Assembléia Geral da ONU adota uma resolução sobre segurança no trânsito. Esta é a terceira Conferência Global de Alto Nível da organização sobre Segurança no Trânsito. A primeira foi realizada em 2009, em Moscou, e a segunda no Brasil, em 2015.
A cada ano, os acidentes de trânsito causam a morte de mais de 1,35 milhão de pessoas em todo o mundo, além de 50 milhões de feridos – e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os acidentes são a principal causa de morte entre crianças e jovens com idade entre 5 e 29 anos. “É preciso trabalharmos juntos para compartilhar experiências sobre a imposição de leis relacionadas a riscos comportamentais como excesso de velocidade, beber e dirigir e não utilizar cintos de segurança, cadeiras adaptadas para crianças e capacetes de motocicleta, além da implementação de iniciativas comprovadas para mitigar tais riscos, que podem salvar centenas de milhares de vidas”, diz a declaração da conferência.