
O deputado Hugo Leal em debate virtual sobre o Galeão: governo estadual deve revisar licenças ambientais do Santo Dumont
Em debate sobre o Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, o deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ) defendeu que o governo do Rio de Janeiro anuncie ao governo federal que vai revisar as licenças ambientais e operacionais do Aeroporto Santos Dumont. “Nós temos buscado um acordo com a União para que a nova licitação do Santos Dumont não prejudique o Galeão. Como o Ministério da Infraestrutura tem se mostrado intransigente, o Rio precisa tomar medidas mais profundas”, argumentou o parlamentar.
Hugo Leal destacou ainda que é preciso a mobilização das bancadas do estado na Câmara e no Senado para ficar claro que a defesa do aeroporto internacional une todas as forças e todos os partidos. “O Rio de Janeiro deve estar unido nessa atuação e devemos ter uma posição clara em defesa dos interesses do estado”, afirmou o deputado, que foi coordenador da bancada do Rio no Congresso entre 2009 e 2019. “É preciso que os dois aeroportos funcionem de maneira integrada. Deve ser implantada uma limitação no número de assentos oferecidos pelas companhias e do número de pousos e decolagens realizados no Santos Dumont, que tem características e também limitações muito próprias pela sua localização”, destacou.
No debate virtual, promovido pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), foi formalizado o lançamento da Frende de Defesa do Galeão. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, propôs que Santos Dumont opere voos de no máximo 500 km de distância, com exceção aos de Brasília. Essa proposta, de acordo com Paes. levaria ao aumento imediato de 30% dos voos no Galeão, “fortalecendo a formação de um hub aéreo internacional que beneficiaria toda a economia do Estado do Rio”.
O presidente da Alerj, André Ceciliano, criticou duramente o edital lançado pelo Ministério e disse que a Frente de Defesa do Galeão não vai permitir que esse modelo de privatização prevaleça. “Esse modelo de concessão do Santos Dumont vai quebrar o Galeão e vamos perder o hub internacional do Rio, que é a porta de entrada do Brasil. A gente precisa usar o poder político do Estado”, afirmou o deputado estadual. Estão cometendo um crime ao transferir os voos do Galeão para aumentar a outorga no leilão do Santos Dumont. Não dá para viabilizar um aeroporto com uma pista de 1,3 mil metros quando temos pistas de 3,2 mil a 4 mil. Concentrar voos no Santos Dumont é quebrar o Galeão”, acrescentou Ceciliano.
Dados demonstram que o Galeão vem perdendo relevância, principalmente, na crise da pandemia: em 2019, o aeroporto internacional chegou a transportar 21 milhões de passageiros e gerava 21 mil empregos. Hoje, são 10 milhões de pessoas e 7 mil empregos. Hugo Leal e Eduardo Paes defenderam que a vinculação de uma parcela do valor da outorga da concessão desse aeroporto para investimentos no Rio. “Nós precisamos ser firmes na defesa dos interesses do estado, por isso a revisão das licenças”, afirmou o deputado federal do PSD.
O diretor-geral da Alerj, Wagner Victer apoiou a fala do deputado e defendeu ação mais contundente em Brasília. “Não é um modelo liberal de concessão, é uma intervenção pública para prejudicar investimento privado (da empresa RIOgaleão). Querem privilegiar uma nova concessão, em detrimento da existente; é uma agressão ao Rio de Janeiro”, destacou.
O lançamento da Frente teve a participação de dirigentes da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio), da Associação Comercial do Rio De Janeiro (ACRJ), da Associação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Rio Indústria), da Federação das indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), além de deputados estaduais e federais. As entidades pretendem lançar um manifesto para que o Governo Federal modifique o modelo de concessão do Santos Dumont, adequando seu funcionamento ao hub internacional do Galeão.