A Semana Nacional do Trânsito, que se estende até o dia 25 de setembro, chama atenção para uma das principais causas de morte ao volante: o excesso de velocidade. Não por acaso, o tema da campanha remete à infração de trânsito mais frequente em todo o país. O Estado do Rio lidera as estatísticas nesta área: 48% das multas registradas em 2011 envolveram motoristas que dirigiam acima dos limites de velocidade. Este ano, já foram registrados cerca de 812 mil flagrantes até agosto.
O tema exige reflexão profunda sobre uma das faces mais cruéis da violência no trânsito. Em todo o país, cerca de 43 mil pessoas morrem a cada ano vítimas de acidentes na direção. São 117 óbitos por dia, em média. O dado mais assustador, porém, diz respeito ao tráfego sobre duas rodas. A categoria que registrou o maior índice de crescimento entre as vítimas fatais é a de motociclistas. Foram 10.825 mortes em 2010, contra 9.268 no ano anterior. Um aumento de 16,7%.
Lamentavelmente, a maioria das vítimas dos acidentes com motocicletas tem entre 15 e 39 anos. O Brasil é hoje o quinto país com a maior frota de motos em todo o mundo, com 19 milhões de unidades. Para reverter este quadro, é necessário rever a política de combate à violência no trânsito.
O excesso de velocidade precisa ser combatido com medidas preventivas e com a revisão do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Como presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, defendo a readequação do Código por meio do compromisso firmado com a ONU, no ano passado. A Década de Ação pelo Trânsito Seguro 2011-2020, assinada por governos de todo o mundo, prevê uma redução de 50% nas mortes causadas pela violência no trânsito. O Brasil é signatário do documento, que ajudará a salvar milhares de vidas. Afinal, esse é o nosso bem maior. É hora de tirar o pé do acelerador e colocar a mão na consciência, em nome da vida.