A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS aprovou nesta quinta-feira (21) a convocação dos empresários Joesley e Wesley Batista e o convite ao ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot para depor. Foram aprovados convites e convocações de várias pessoas ligadas aos fatos apurados, entre elas, o ex-procurador da República Marcelo Miller e o procurador Ângelo Goulart Villela. Miller foi acusado de corrupção passiva pela Polícia Federal, por assessorar Joesley e Wesley na negociação com o Ministério Público Federal; Villela foi preso em maio no âmbito da Operação Patmos, da Polícia Federal, acusado de vazar informações para a JBS. Também foi aprovada a convocação do ex-diretor de Relações Institucionais da J&F Ricardo Saud, e de executivos do grupo.
O deputado federal Hugo Leal (PSB/RJ), sub-relator para assuntos tributários, previdenciários e agropecuários, alertou que a CPMI não deve exagerar nas convocações a depoentes. “Nos últimos anos, temos assistido a um abuso das conduções coercitivas, com pessoas levadas a depor sem sequer terem sido antes chamadas pela autoridade judicial. Não devemos repetir esse erro aqui: podemos convidar as pessoas para prestar depoimento à CPMI e, caso haja alguma recusa”, aí sim fazer a convocação”, argumentou o parlamentar, advogado e ex-secretário de Justiça do Rio.
A CPMI investiga os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na última década à JBS e sua controladora, a J&F, da qual os irmãos Joesley e Wesley eram os principais acionistas. Será investigada a suspeita que as condições favoráveis dos empréstimos teriam permitido à empresa formar um cartel no mercado de carne. A comissão também quer apurar as condições da colaboração acertada pelos irmãos Batista com o Ministério Público Federal. Deverão ser convidados a depor, conforme requerimentos aprovados, os ex-presidentes da Caixa Econômica Federal Maria Fernanda Ramos Coelho e Jorge Fontes Hereda.