Os deputados federais Hugo Leal (PSB/RJ) e Marcelo Delaroli (PR/RJ) apresentaram requerimento para a convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, para prestar esclarecimentos à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados sobre a notícia divulgada pelo jornalista Josias de Souza, no Portal UOL, em que declarações atribuídas ao ministro apontam “que o governador fluminense, Luiz Fernando Pezão, e o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, não controlam a Polícia Militar” e que “o comando da PM no Rio decorre de “acerto com deputado estadual e o crime organizado”. O requerimento deve ser votado na semana que vem. “São fatos gravíssimos e indicativos de prática criminosa e o Legislativo precisa saber as providências que estão sendo tomadas”, afirmou Hugo Leal.
No requerimento, Hugo Leal e Delaroli transcrevem trechos das declarações atribuídas ao ministro. Torquato afirma que “comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio”. O ministro da Justiça e da Segurança Pública afirma ainda estar convencido de que o assassinato do tenente-coronel Luiz Gustavo Teixeira, que comandava o 3º Batalhão da PM carioca, no bairro do Méier, não foi resultado de um assalto. “Esse coronel que foi executado: ninguém me convence que não foi acerto de contas”, comentou Torquato Jardim, de acordo com a notícia publicada pelo blog do jornalista Josias de Souza.
Para o deputado Hugo Leal, a gravidade do relato do ministro ultrapassa todos os limites. “Estamos diante de uma situação, a se confirmar a avaliação do ministro, de total descontrole que requer uma intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, como já venho defendendo”, afirmou o parlamentar, coordenador da bancada do Rio na Câmara, ao apresentar o requerimento na reunião desta terça (31/10) na CSPCCO. “No momento em que a população do Estado do Rio de Janeiro clama por medidas para um combate mais eficaz à criminalidade, inclusive com o apoio do Governo Federal e das Forças Armadas, nos deparamos com fatos estarrecedores que colocam o comando da Segurança Pública em xeque”, acrescentou.
O deputado Marcelo Delaroli também defendeu a convocação do ministro da Justiça durante a reunião da comissão. “É muito preocupante que o ministro da Justiça afirme dessa forma do envolvimento de comandantes de batalhão com o crime organizado. Acredito que o ministro tenha exagerado e, de maneira infeliz, generalizado, porque temos oficiais honestos e corretos na nossa polícia. Mas é preciso sua convocação para saber o que está sendo feito para punir as práticas criminosos que ele relatou”, disse Delaroli.