Motociclistas são as principais vítimas do trânsito. Segundo o DPVAT, foram quase 20 mil mortes de motociclistas, entre pilotos e garupas. A palestra educativa do deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ) encerrou com chave de ouro as atividades do Maio Amarelo e da 8ª edição do Salão Moto Brasil, realizado no Riocentro, no sábado (2/6).
Autor da Lei Seca e presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, o deputado Hugo Leal, abordou os principais problemas no trânsito de motocicletas, como a fragilização do condutor, a forma de conduzir e a dificuldade de visualização. O parlamentar afirmou:
“Acidente de trânsito no Brasil é um problema de saúde pública. O comparativo de morte em motocicletas de 2000 até 2011 aumentou em 275%. O objetivo instituído pela década de ações para a segurança no trânsito é reduzir em 50% os índices de acidentes”.
Hugo Leal apresentou as principais propostas em debate na Câmara dos Deputados sobre as motos, como a criação de faixas exclusivas para motos (moto-faixas) e o corredor virtual.
“Em São Paulo, a decisão foi pela criação do corredor virtual, ainda que sem regulamentação, além da possibilidade da criação dos bolsões à frente dos veículos. Além disso, já existe uma proposta legislativa em tramitação na Câmara dos Deputados, que tem incentivado a adoção de faixas de retenção junto aos semáforos (bolsões), com resultados positivos em termos de organização e mobilidade. Mas é preciso avaliar, estudar e adequar a política de mobilidade com as necessidades de cada município e estado”.
Humberto Montenegro, ex-presidente da Federação dos Motoclubes do Rio de Janeiro, fez a mediação do painel, e demonstrou preocupação com a questão da segurança dos motociclistas. “O modal de transporte, seja ele qual for, tem que priorizar o ser humano. Cada um de nós é responsável por mudar o cenário do alto número de acidentes no trânsito adotando novos comportamentos”, explicou Montenegro.
“É importante a conscientização e educação dos cidadãos, seja como motorista, ciclista ou pedestre”, destacou a chefe do departamento de Educação para o Trânsito de Niterói, Priscilla Lundstedt Rocha.
Para o coordenador de educação da operação Lei Seca, Francisco Granado, conhecido como Lula, “as blitzes da Lei Seca provocaram uma mudança de comportamento dos motoristas. Além das fiscalizações, nós fazemos ações de conscientização para um trânsito mais seguro”. O inspetor Leandro Leal, representante da Polícia Rodoviária Federal, disse que “as pessoas entendem que a nossa fiscalização não é para restringir o direito delas, mas para preservar vidas. Educar para o trânsito é primordial para a sociedade em que vivemos”.
O advogado Armando de Souza, presidente da Comissão de Trânsito da OAB/RJ, disse que o debate pode contribuir para melhorar a legislação. “A comissão zela pela boa aplicação da legislação de trânsito vigente, mas é claro que pensamos em como melhorar a legislação”.
Também participaram do evento, Mauro Ferreira, coordenador de educação para o trânsito da CET-Rio, Diego, da Associação dos Motoboys do Estado do Rio de Janeiro, Alfredo Barbosa de Lima, conhecido como Cartilha, diretor da Associação de Motoboy. Cartilha desenvolveu uma cartilha educacional chamada Manual do Motociclista, em que aborda situações de perigo que um motociclista corre no dia a dia e como prevenir acidentes.