Jornal da Baixada – Publicada em 25 de março
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Deputado federal (PSC-RJ)
Rio – Nossas crianças são submetidas a notícias sobre corrupção, fraudes, acordos escusos. O resultado também aparece de forma farta: hospitais públicos sem médicos ou equipamentos, escolas sem professores, criminalidade. Novelas, filmes e reality shows apresentam sucessões de adultérios, trapaças, banalização do sexo e valorização da magreza, do mais esperto, do mais forte, da violência. Ética? Cidadania?Parece que não dá muita audiência.
Corremos o risco de que fique na mente dos pequenos a impressão de que o desrespeito é o padrão. Precisamos reagir, mostrar que ética e cidadania valem também fora do núcleo familiar. E a escola é o lugar para isso.
O Brasil tem diretrizes educacionais que estabelecem ética e cidadania como temas transversais em todas as disciplinas. Mas podemos ir além, com aulas sobre pluralidade cultural, meio ambiente, convivência com a diversidade e respeito ao próximo.
Por isso, indiquei ao MEC a inclusão da disciplina Ética e Cidadania nos anos finais do Ensino Fudamental. Em Barra Mansa, desde 2008, escolas municipais têm essa matéria, e os estudantes ganham subsídios para enfrentar com equilíbrio e bom senso questões polêmicas que fazem parte do cotidiano.
O conteúdo não se extingue na sala de aula. São temas que instigam, interessam, são levados ao bate-papo no recreio, às brincadeiras, até à Internet. Afinal, em maior ou menor dimensão, crianças e jovens acabam por reproduzir as práticas que presenciam, que discutem, que assimilam.
Na verdade, a responsabilidade pelas lições não caberá apenas aos professores. Eles serão os coordenadores de uma síntese mais didática. Educadores serão também as famílias, o governo, a mídia, empregados e empregadores, os movimentos sociais, os partidos, os políticos. Exemplos reais para uma aula de democracia plena.