Ao participar de cerimônia no Palácio do Planalto para celebrar os 20 anos do Código de Trânsito Brasileiro, o deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ), autor da Lei Seca e presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, anunciou que vai propor, em setembro, um debate aprofundado com os candidatos à presidência sobre segurança viária. O parlamentar ressaltou:
Queremos saber quais são as propostas reais para buscar os resultados que queremos, que é zerar as mortes e acidentes. Precisamos preparar o país para 2019. Não podemos aceitar as atuais taxas de mortalidade no trânsito porque são evitáveis.
O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, anunciou que a pasta pretende criar uma base de dados nacional sobre acidentes de trânsito. Segundo o ministro, profissionais de nove estados e do Distrito Federal já estão levantando as informações necessárias, que serão sistematizadas em até 90 dias, para identificar as principais causas de acidentes. O banco será abastecido por órgãos municipais, estaduais e federais, possibilitando a elaboração de um diagnóstico mais preciso sobre a segurança no trânsito. “Estamos buscando zerar as mortes no trânsito, que hoje são 138 por dia. Queremos salvar vidas”, disse o ministro. De acordo com o ministro, com os dados do novo sistema serão definidas políticas públicas mais assertivas que permitirão reduzir as mortes no trânsito. Atualmente, são registrados 40 mil óbitos em acidentes a cada ano no Brasil. O custo das ocorrências é estimado em R$ 50 bilhões.
O piloto de Fórmula 1, Felipe Massa, que é embaixador da FIA para Segurança Viária, disse durante o evento que a redução de mortes depende de todos. “Um pouquinho que a gente fizer para seguir as regras no trânsito, como usar o cinto, o capacete, não dirigir após beber, já vai ajudar a melhorar os números sobre acidentes”, afirmou. Também presente ao reunião, o presidente da FIA e enviado especial da ONU para Segurança Viária, o francês Jean Todt, chamou de “terrível pandemia” a violência no trânsito. “São mais de 1,5 milhão de mortes a cada ano em todo o mundo. Precisamos aproveitar todas as oportunidades para fazermos programas mais fortes, de forma a evitar essas tragédias”, afirmou o dirigente da FIA que defendeu o foco na educação para alcançar a redução do número de mortes.
Para o presidente da República, Michel Temer, é necessário o empenho de toda a sociedade, autoridades e Congresso Nacional para redução dos acidentes. “Temos que começar a usar o cinto no banco de trás do carro. O momento simbólico de hoje tem que ser uma lembrança de obediência às regras de trânsito”, disse Temer.