Ao participar de debate do programa Expressão Nacional, da TV Câmara, sobre mobilidade urbana, o deputado federal Hugo Leal (PSB/RJ) defendeu que o planejamento do transporte nos municípios seja feito com foco nas pessoas. “A cidade não foi feita para os automóveis. Mobilidade urbana significa prioridade para o transporte público de qualidade, acessível para todos”, afirmou o autor da Lei Seca e presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro.
Também participaram do Expressão Nacional o deputado Jaiminho Martins (PSD/MG), presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara, o professor Paulo Cesar Marques da Silva, do Departamento de Pós-Graduação em Transportes da UnB, e o urbanista Nazareno Affonso, do Movimento Rua Viva. Hugo Leal criticou o incentivo aos fabricantes de automóveis na última década. “O governo fez um investimento equivocado na motorização. Os engarrafamentos tornaram-se rotina nas cidades médias e até em cidades pequenas. E as obras viárias passaram a priorizar os automóveis e não os transportes coletivos”, afirmou o parlamentar do PSB, integrante da Comissão de Viação e Transporte da Câmara.
Na discussão sobre a falta de implementação dos planos municipais de mobilidade urbana, o deputado Hugo Leal alertou para a necessidade de integração entre as cidades nas regiões metropolitanas. “Integração entre os modais é fundamental para a mobilidade urbana. Nas Regiões Metropolitanas, essa integração só é possível se as cidades fizerem um planejamento conjunto na área de transportes”, afirmou o autor da Lei Seca.
O urbanista Nazareno Affonso destacou que é necessário “democratizar a via pública” nas cidades brasileiras. “Os carros ocupam 80% do espaço das vias e transportam 20% da população: temos que inverter essa lógica”, disse. O deputado Jaiminho Martins defendeu que os gestores priorizem os investimentos na integração dos modais. “Esse é o caminho para superar os problemas de mobilidade”, argumentou. O professor Paulo Cesar frisou a necessidade de criar barreiras para automóveis e tirar estímulos para o uso do carro.