>Rio de Janeiro (9 de novembro) – Dentro dos eventos relativos ao Ano da França no Brasil, a Sociedade Brasileira de Alcoologia realizou, de 03 a 06 de novembro, a Semana França-Brasil de Alcoologia, com uma longa pauta de eventos em diversos pontos da cidade do Rio de Janeiro.
No último dia da semana foi realizado um ciclo de conferências na Associação Comercial do Rio de Janeiro, com o apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Sociedade Francesa de Alcoologia e da Universidade de Nancy/França.
Um dos conferencistas foi o Deputado Federal Hugo Leal, autor da chamada Lei Seca, que introduziu em nosso país o conceito de alcoolemia zero.
Falando sobre a Estratégia para a Redução de Mortalidades nos Acidentes de Trânsito no Brasil, o Deputado Leal, fez uma breve retrospectiva sobre o surgimento da Lei 11.705 (Jun/08), que, pela primeira vez, abordou o assunto alcoolemia zero, entre outros atributos.
Explicou que, antes da lei 11.705, se o condutor fosse parado em uma blitz e se recusasse a fazer o teste do bafômetro, ia embora. Ela alterou alguns dispositivos do Código de Trânsito, para, por exemplo, considerar infração administrativa dirigir sob influência de álcool. Assim, o condutor, mesmo ao se recusar a fazer o teste do etilometro é multado no valor de R$957,00, tem a sua carteira suspensa por 12 meses e 07 pontos no prontuário.
Falou dos avanços da Lei 11.705 e destacou o fato dessa lei trazer para a sociedade o debate. Contra ou a favor, todos debatem.
“O mais importante que ela trouxe foi a mudança de comportamento: entender que não posso sobrepor meu direito individual de beber sobre o direito coletivo de dirigir com segurança”,disse Hugo.
Citou os índices de redução de mortes em vários estados do Brasil. Segundo o DATASUS, no RJ a redução foi de – 34%. As hospitalizações tiveram uma redução de 24.545 hospitalizações – o que representa queda de 23% nos atendimentos às vítimas do trânsito financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Comentou sobre a carta que a OMS e OPAS enviaram ao Governo elogiando o Brasil pela iniciativa da Lei 11.705, recomendando-a, inclusive, para os demais países membros.
Encerrou com um questionamento:
“Hoje temos 35 mil mortes em acidentes de trânsito por ano. Quantos mortos em acidentes de trânsito estamos dispostos a aceitar?”