Após abrir inquérito civil para apurar irregularidades e abusos nas apreensões de motocicletas relatados pelo deputado federal Hugo Leal e pela Federação dos Motoclubes do Rio de Janeiro, o promotor Alberto Flores Camargo, da 2ª Promotoria de Tutela Coletiva e Cidadania, enviou ofício ao Detran, solicitando o número de remoções e apreensões de motos nos últimos cinco anos, a comparação entre o número de carros e motos apreendidos, detalhes sobre os serviços de reboque e guarda, e informações sobre os valores cobrados pelo reboque de motocicletas e carros de passeio. O deputado federal pelo Rio de Janeiro Hugo Leal foi procurado por representantes das categorias e os levou ao Ministério Público. O presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro afirmou:
“É um primeiro passo para sabermos como funciona essa máfia dos reboques que vêm sendo denunciada por motociclistas, mototaxistas e motoboys”
O inquérito civil, aberto na semana passada, tem como objetivo “apurar possíveis irregularidades envolvendo remoção de grande número de motocicletas durante blitzes no Estado do Rio de Janeiro, bem como a existência de possível existência de esquema fraudulento envolvendo agentes públicas e empresas de reboque e guarda de veículos apreendidos”. A medida do promotor Alberto Flores teve como base representação da Federação dos Motoclubes do Rio de Janeiro (FMCRJ), citando, inclusive, dados apresentados pela entidade mostrando que, das 5 mil motos apreendidas em 2017, apenas 15 haviam sido objeto de roubo ou furto. “As motos viraram alvo preferencial dessa máfia do guincho: as operações servem para arrecadar irregularmente com taxas de remoção e diária”, queixou-se Humberto Montenegro, dirigente da FMCRJ, em reunião com o promotor em fevereiro.
Foi o deputado pelo RJ Hugo Leal que orientou as entidades de motociclistas, motoboys e mototaxistas a procurarem o Ministério Público. O parlamentar disse:
“Os relatos apontam para uma verdadeira perseguição aos motociclistas que, sem qualquer razão, viraram alvo das blitzes no estado. As irregularidades nas apreensões de motocicletas parecem evidentes e o MP poderá apurar as responsabilidades”
Ele teme que as operações de fiscalização percam a credibilidade. “Essas suspeitas de alvos preferenciais e interesses meramente financeiros afetam a um trabalho fundamental para garantir a segurança no trânsito”, acrescentou Hugo Leal.