>Na defesa da legalização do aborto, muitas pessoas usam como argumento a proliferação dos abortos clandestinos no país. Os números são realmente impressionantes: centenas de mulheres perdem a vida nessas cirurgias. E milhares de seres inocentes e indefesos também perdem a chance de viver, assassinados sob os mais diversos pretextos. Legalizar o aborto não pode ser a solução para salvar a vida de mulheres. O Estado, como organização social do homem, existe para defender e proteger a vida ? nunca para matar.
O papel do Estado é preservar a vida da mãe e a vida do filho, desde a concepção. Para cumprir adequadamente este papel, é preciso que os governos ? todos os governos ? invistam pesadamente na assistência às mulheres grávidas, principalmente aquelas sem recursos ? financeiros, psicológicos ou mesmo familiares – para cuidar do filho em geração. O apoio às mães é uma arma estratégica para a redução do número de abortos. A interrupção da gravidez é um trauma para qualquer mulher: a grande maioria que opta pelo aborto é levada pelo desespero, pela falta de assistência da família e também do Estado em um momento difícil.
O papel do Poder Executivo estende-se à área da educação, com a valorização da vida humana, com a formação de valores para uma vida em sociedade baseada na solidariedade e na justiça, com a ênfase sobre a responsabilidade de transmitir a vida a um novo ser. Outras políticas públicas ? na área da habitação, da geração de emprego e renda, da assistência social ? devem ser desenvolvidas sempre com o foco no fortalecimento da família, que torna-se sempre uma trincheira na defesa da vida.
O Poder Legislativo, como parte do Estado brasileiro, também tem suas responsabilidades na defesa da vida. No Congresso Nacional, reunimos parlamentares de diversas denominações religiosas numa frente comum contra a legalização do aborto. Estamos em maioria e vamos barrar qualquer tentativa de tornar legal a interrupção da gravidez. Já estamos mobilizados também para enfrentar a ameaça ? igualmente preocupante – de legalizar a eutanásia, uma ação intencional e direta para acabar com uma vida.
Ao enfatizar o papel do Estado como defensor da vida, não devemos esquecer que o Estado é um reflexo da sociedade e a sociedade é construído por todos nós, seres humanos. A Campanha da Fraternidade 2008 é importante para nos lembrar que devemos estar mobilizados para defender a vida em todas as instâncias sociais ? no trabalho, na escola, no bairro, na associação de classe, no partido político.