A Comissão de Transportes, Infraestrutura, Energia e Agricultura do Parlasul (Parlamento do Mercosul) teve a polêmica sobre o Uber, como um dos principais temas de sua reunião nesta segunda-feira (27/03) em Montevidéu, Uruguai, onde foi realizada ainda plenária do órgão. O aplicativo de transporte de passageiro, como no Brasil, é alvo de ações judiciais e ataques de taxistas na Argentina e no Chile. “É uma questão que mobiliza as grandes cidades pois tem impacto no trânsito e no transporte”, explicou o deputado Hugo Leal (PSB/RJ), integrante do Parlasul.
Deputados argentinos chegaram a propor uma moção de repúdio ao Uber, mas, por sugestão de Hugo Leal (PSB/RJ), os parlamentares do Mercosul formaram um grupo de trabalho para enquadrar o Uber nas normas comuns aos países sul-americanos. “Vamos procurar as experiências de países que convivem há mais tempo com o Uber e trocar informações para ver como enquadrar o aplicativo na nossa legislação e de vizinhos da América do Sul”, acrescentou o deputado, autor da Lei Seca e presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro.
Na plenária em Montevidéu do Parlasul (instância regional que reúne parlamentares da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela), foi decidida a permanência dos parlamentares venezuelanos no bloco, o que contraria decisão diplomática: em dezembro, chanceleres do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai decidiram suspender a Venezuela do Mercosul após o governo de Nicolás Maduro não cumprir as obrigações assumidas quando se incorporou ao bloco, em 2012. Os parlamentares, entretanto, consideraram que a permanência da Venezuela é importante para fortalecer o Parlasul.
O Parlamento do Mercosul foi constituído em 2006 e reúne 139 parlamentares do Brasil, da Argentina, da Venezuela, do Paraguai e do Uruguai. Os membros têm a função de discutir temas de interesse comum da integração regional.