
A para-atleta da delegação brasileira Aline Rocha sofreu uma lesão medular em um acidente de carro quando tinha 15 anos.
Reportagem publicada no jornal O Globo desta quinta-feira (08/09) aponta que acidentes de trânsito foram responsáveis pelas lesões em 18% dos 286 atletas brasileiros da delegação do país na Paraolimpíada. “É um número assustador mas não chega a ser surpreendente pelo alto índice de acidentes de trânsito no país”, comentou o deputado federal Hugo Leal (PSB/RJ), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e autor da Lei Seca.
A reportagem revela que 25% dos atletas sofrem com deficiências causadas por problemas no parto ou falhas no pré-natal, 36% por outras doenças, 17% por outros acidentes (sem contra trânsito) e 4% por violência. No caso da saúde pública, o levantamento do Globo – com dados do Comitê Paralímpico, do Ministério da Saúde, e da Organização Pan-Americana de Saúde – mostra que o Brasil evoluiu entre 1990, quando a maioria dos atletas da delegação brasileira já tinha nascido, e a década atual: complicações neonatais decorrentes de problemas no parto e anomalias congênitas não apareceram entre 10 principais causas de morte no país em 2013 – estavam, respectivamente, em quarto e décimo lugar em 1990.
Mas a reportagem mostra que a taxa de acidentes de trânsito continua alta. No ranking da mortalidade , os acidente de trânsito – responsáveis pelas lesões em 18% dos atletas paralímpicos do Brasil – caiu do quinto para o oitavo lugar. O número de mortes – 41.166 em 1990 – foi de 46.311 em 2013. “São números que mostram uma epidemia que precisa ser enfrentada”, afirmou o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro.
Só entre janeiro e abril de 2016, 16.518 pessoas sofreram amputações oriundas de acidentes de trânsito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gerando um custo de R$ 21,7 milhões aos cofres públicos. Em todo o ano de 2015, foram 51.660 cirurgias desse tipo pelo SUS, correspondendo a um gasto de R$ 67,7 milhões.