A tragédia do Haiti abalou e entristeceu o mundo. Em meio a tantos mortos, perdemos vários brasileiros que representavam o que todos nós alçamos: a paz. Dentre eles encontrava-se a médica pediatra Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora Nacional da Pastoral da Criança e também coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa. Lá estava ela, num outro país em missão solidária, levando esperança e amor às famílias. Irmã do estimado cardeal D. Evaristo Arns, ela viveu e morreu para servir ao próximo. Sua ausência em nosso meio é uma perda irreparável para o Brasil e o mundo.
Há 26 anos ela dedicava-se exclusivamente ao trabalho voluntário. Hoje, o trabalho desta inesquecível médica, voltado exclusivamente para os mais necessitados, está estendido a 240 mil voluntários e milhares de crianças foram salvas por ele. Em uma proposta simples e eficaz – como ela mesma fazia questão de dizer – Zilda Arns promoveu uma revolução do bem nas famílias brasileiras.
Exemplo de solidariedade e amor aos irmãos, ela transformou sua carreira de médica em prol de crianças carentes, atuando incansavelmente contra a mortalidade infantil, a desnutrição e a violência. Segundo ela, a fertilização da proposta aconteceu como o milagre de Jesus na multiplicação dos cinco pães e dos dois peixes. Sua vida cristã cada dia mais a impulsionava e a fortalecia nesta missão. Respeitada internacionalmente pelo trabalho na Pastoral da Criança, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.
No discurso que a doutora católica Zilda Arns preparou para a sua participação na Assembléia da Conferência dos Religiosos do Haiti e não chegou a ser lido, ela escreveu que a Pastoral da Criança tem como ação permanente na prevenção da violência o lema: “A Paz começa em casa