Após reunião no Ministério da Defesa, deputados federais alertaram para a demora na liberação de recursos federais para a área de segurança no Rio de Janeiro. Existem atualmente 62 operações da Polícia Civil e das Forças Armadas paradas por falta de recursos, segundo informaram integrantes da comissão externa sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. O deputado federal do RJ Hugo Leal (PSD/RJ), coordenador da Comissão Externa da Câmara, afirmou:
É muito preocupante esse atraso na liberação de recursos.
Quase 20 parlamentares participaram do encontro que teve a presença do ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, o interventor federal na Segurança do Rio de Janeiro, general Braga Netto, e o secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes. Segundo os deputados, o orçamento de R$ 1,2 bilhão da União colocado à disposição do governo estadual para ações na segurança pública ainda está retido na Casa Civil, sem previsão para ser liberado. Hugo Leal disse:
Nós estamos fazendo o nosso papel de acompanhar a intervenção e cobrar as ações prometidas.
O deputado também acrescentou que a bancada do Rio, que também coordena, vai trabalhar junto ao governo para acelerar a liberação dos recursos.
No encontro, o general Richard Nunes assegurou aos parlamentares que essas operações acontecerão dentro do prazo da intervenção, prevista para terminar no dia 31 de dezembro. A relatora do colegiado, deputada Laura Carneiro (DEM-RJ) afirmou que o interventor federal na área de segurança pública atua para que o governador, Luiz Fernando Pezão, pague o 13º de agentes de segurança pública do estado. “O general Braga Netto disse esperar que imediatamente o governador cumpra o compromisso de pagamento do 13º dos servidores e ainda o pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS). Isso levará 1.200 homens para as ruas no Rio de Janeiro”, informou a deputada.
Os parlamentares também conversaram com os generais sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Ânderson Gomes e saíram otimistas com o progresso das investigações. “Tivemos a informação de que as investigações estão bastante avançadas e, se comparássemos ao caso da juíza Patricia Acioli (morta em 2011 por policiais que julgava), já estariam mais avançadas neste momento do que estavam as da juíza”, avaliou o deputado Alessandro Molon, que integra a comissão externa da Câmara que acompanha as investigações do caso e que também participou da reunião.