Publicada em 6 de abril
Link para o artigo no site
Anderson Duarte
Recentemente a cidade recebeu um grande presente, o chamado Observatório de Teresópolis. Um estudo que reúne dados atuais dos principais indicadores de diferentes aspectos da cidade e das políticas públicas e que pode ajudar a traçar metas e prioridades nas ações públicas e civis nos próximos anos. O movimento Nossa Teresópolis, responsável pelo observatório, disponibilizou todas as informações para a população em seu site e a partir de hoje iniciamos uma série de reportagens sobre as necessidades e principais carências da cidade. Iniciamos com um dos aspectos que mais preocuparam a população e as autoridades públicas, o trânsito da cidade e suas complicantes. O crescente número de acidentes envolvendo motociclistas é o ponto de partida de nosso trabalho.
De acordo com o estudo, no ano de 2009, o trânsito fez 508 vítimas em Teresópolis, 30 delas foram vítimas fatais. Esse quadro faz com que Teresópolis fique com suas taxas de vítimas de trânsito, proporcionais à população, entre as piores dos municípios do Estado.
Mas esta não é uma exclusividade nossa, as estatísticas são as piores possíveis. Por dia, cerca de 30 pessoas morrem por causa de acidentes com motos no Brasil, chegando a 10 mil mortos por ano. Segundo o Ministério da Saúde, a maioria das vítimas tem idade entre 15 e 39 anos.
Pelo baixo valor de alguns modelos populares e a oportunidade em transformar esse meio de transporte em renda, como o trabalho de motoboy e mototaxi, a frota de motocicletas cresceu muito nos últimos anos, pulando de 5,4 milhões para 12 milhões.
Uma má formação nas auto-escolas aliada com a imprudência dos condutores e péssima conservação de vias são fatores decisivos para o chocante número de acidentes que, quando não faz vítimas fatais, leva os acidentados a adquirirem lesões graves, como traumatismo craniano, lesão medular e amputações, que geralmente não são contabilizadas pelas pesquisas oficiais.
Um dos reflexos destes números é o avanço dos chamados cuidados posteriores, ou seja, aquele atendimento feito após os acidentes. Conhecemos o trabalho da clinica escola de fisioterapia do UNIFESO, que absorve muitas destas vítimas.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil gasta cerca de 28 bilhões por ano para atender, internar e prestar assistência às vítimas de acidentes de trânsito, mas pouco se faz para prevenir esses desastres. As poucas iniciativas que existem são de entidades particulares como a da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia que lançou em 23 estados brasileiros a campanha “Motociclista Prudente Evita Acidente