Indicado sub-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, o deputado Hugo Leal defendeu a independência e autonomia parlamentar como dever de ofício. “Nosso papel é eminentemente político, pelo debate característico do parlamento, porém aqui deve ser um trabalho profícuo e técnico, em busca do aperfeiçoamento legislativo. Somos representantes do povo, e devemos devolver com a verdade a confiança depositada em nós”, disse o parlamentar do PSB/RJ, que ficará responsável pela sub-relatoria de assuntos fiscais, previdenciários e agropecuários.
Em reunião realizada nesta terça, o presidente do colegiado, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), indicou o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para ser o relator da CPMI que investiga se houve irregularidades nas operações entre o grupo J&F e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O senador também criou duas sub-relatorias: o deputado Delegado Francischini (SD-PR) assumirá a sub-relatoria de contratos da JBS, englobando BNDES e BNDES-Par, e Hugo Leal a sub-relatoria de assuntos fiscais, previdenciários e agropecuários. O grupo J&F, dirigido pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, controla o frigorífico JBS e outras empresas: a comissão vai investigar as operações da holding com o BNDES ocorridas entre os anos de 2007 e 2016. O presidente da CPMI destacou que os escolhidos para as sub-relatorias são “grandes parlamentares, reconhecidos no Congresso Nacional por sua independência”.
Hugo Leal ressaltou o papel da CPMI. “Nosso trabalho aqui não é delegacia policial, nem de gabinete de procurador, nem de cadeira de juiz. Nosso trabalho é colher e analisar provas. É uma oportunidade de discutir, de debater, em busca do aprimoramento legislativo. Tenho total independência e autonomia para definir minha posição como parlamentar como já fiz em outras oportunidades. Não tenho qualquer tipo de cabresto ou monitoramento para não fazer o que a minha consciência e a sociedade vão me cobrar”, disse o parlamentar do PSB.